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Centro de treinamento

O Mestre Malibu.

História.

Uma das figuras mais queridas do Jiu-Jitsu Brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, Sergio Jardim, mais conhecido como Sergio “Malibu”, foi faixa-preta sob Rickson Gracie e membro da academia original de Rolls Gracie, além de ter conquistado a faixa-coral (8º grau) em 2011. Um dos principais incentivadores da relação saudável entre o jiu-jitsu e o surfe, Malibu também foi uma figura importante no desenvolvimento da equipe Master nos anos 1990, além de ter contribuído na formação de campeões mundiais como Fábio Gurgel e Alexandre “Gigi” Paiva, enquanto ele próprio conquistava títulos importantes, como o Pan-Americano e o Campeonato Brasileiro, que comprovam sua trajetória

Sergio “Malibu” Jardim – Biografia Completa

Nome completo: Sergio Lauro Jardim

Apelido: O nome Malibu surgiu quando Sergio tinha entre 13 e 14 anos, na praia do Arpoador. Na Zona Sul do Rio de Janeiro, durante as décadas de 60 e 70, era comum os jovens das praias locais ganharem apelidos, geralmente dados pelos mais velhos. No caso de Sergio, devido à forte influência do surfe em sua vida e à dificuldade de importar produtos dos EUA na época, ele costumava usar uma camiseta colorida com a palavra Malibu estampada na frente, em alusão à famosa praia norte-americana. Por usar a camiseta repetidamente, os surfistas da região começaram a chamá-lo de Malibu, nome que o acompanhou por toda a vida adulta. Ele também é frequentemente chamado de Maliba, uma abreviação carinhosa.

Linagem: Mitsuyo Maeda → Carlos Gracie → Hélio Gracie → Rickson Gracie → Sergio Jardim


Principais Conquistas

  • Campeão Pan-Americano (1996 – peso e absoluto – Sênior)

  • Campeão Brasileiro (1996 – peso e absoluto – Sênior)

  • Campeão Estadual do Rio de Janeiro (1996 – peso e absoluto)

  • Campeão Internacional de Masters e Sênior (2001 – peso e absoluto, 2003, 2004)

  • Vice-campeão Internacional de Masters e Sênior (2002 – peso e absoluto)

  • Campeão do Joe Moreira Invitational (1997)

  • 3º lugar no Internacional de Masters e Sênior (2002 – absoluto)

Posição/Técnica Favorita: Mata-leão de Relógio (Clock Choke)

Categoria de Peso: Meio-Pesado e Pesado

Equipe/Associação: Gracie Jiu-Jitsu, Master, Alliance.

Biografia de Sergio “Malibu” Jardim

Sergio Jardim nasceu em 10 de fevereiro de 1958, no Rio de Janeiro, Brasil, e foi criado próximo ao antigo Píer de Ipanema. Malibu começou no jiu-jitsu ainda criança, matriculado por sua mãe na academia dos irmãos Barreto, mas essa experiência durou pouco. Mais tarde, aos 10 anos, ele praticou judô e, na adolescência, também capoeira, mas esses esportes eram apenas hobbies menores em comparação com o surfe, sua verdadeira paixão.

Na metade dos anos 70, Relson Gracie começou a frequentar o meio dos surfistas, sendo o primeiro da família Gracie a adotar o surfe como hábito. Logo, Rickson Gracie se juntou a Relson nessa atividade. Com cabelo curto e escuro, usando o tradicional sungão em vez dos calções largos de surfista, a aparência dos Gracie contrastava com a dos surfistas, mas, mesmo assim, eles se tornaram queridos na comunidade, da qual Malibu fazia parte.

Um dos episódios que motivaram Malibu a se dedicar ao jiu-jitsu aconteceu em 1977, na praia do Pepino, quando o famoso surfista havaiano Byron Amona chegou ao Rio de Janeiro para o Pro Surf Tour.

Byron chamou muita atenção, assim como outros astros do surfe como Michael Ho e Mike Purpus. Querendo aproveitar a chance de surfar ao lado dessas estrelas, um surfista conhecido do Arpoador, apelidado de Foca, pegou emprestada a prancha de Malibu e foi para o mar. Durante o surfe, Foca caiu e a prancha atingiu a cabeça de Byron. Furioso, o havaiano quebrou as quilhas da prancha em um acesso de raiva. Quando Malibu soube o que havia acontecido, e influenciado por Rickson e Relson, decidiu desafiar o grande surfista.

Malibu não encontrou Amona imediatamente, mas dois dias depois ouviu dizer que ele estava na loja de pranchas de Rico de Souza, no Recreio. Sergio foi até lá, acompanhado de amigos surfistas, incluindo Relson e Rickson. Ao chegar, Sergio foi direto à prancha de Byron e a quebrou. Furioso, o havaiano partiu para cima de Malibu, mas Rickson interveio, empurrou Sergio para o lado e assumiu o confronto. A luta foi rápida e, embora Byron fosse um homem grande, Rickson o finalizou facilmente com um mata-leão. Mais detalhes desse episódio estão no artigo “Surf e Jiu-Jitsu“.

Após esse episódio, Malibu decidiu se dedicar de vez ao jiu-jitsu, procurando a academia de Crolin Gracie, na Barra da Tijuca, onde o assistente era ninguém menos que o lendário Romero “Jacaré” Cavalcanti, na época faixa-roxa. A academia era pequena, com poucos alunos, e a maioria das aulas acontecia quase de forma particular.

Forte e ágil, devido aos anos de surfe, Malibu logo demonstrou talento no jiu-jitsu. Com menos de um ano de treino, o Mestre Crolin fez-lhe uma proposta: “Se você aguentar o ‘Jacaré’ por 6 minutos, eu te dou a faixa-azul“. Malibu aceitou o desafio e resistiu bravamente por 5 minutos e 50 segundos, mas, faltando 10 segundos para acabar, foi finalizado. A faixa-azul teria que esperar um pouco mais. Pouco depois, Álvaro Romano informou a Sergio sobre outra academia de jiu-jitsu mais próxima de sua casa: a academia de Rolls Gracie, que dividia o espaço com Carlson Gracie. Malibu se matriculou imediatamente e, poucos meses depois, foi graduado faixa-azul por Rolls.

Como faixa-azul, Sergio começou a competir regularmente, com lutas memoráveis contra nomes como Bauru (azul), Marcelo Bustamante (roxa), Nelson Graça (roxa), Rigan Machado (roxa), Carlos Machado (marrom), Ricardo Herriot “Americano” (marrom e preta, em três ocasiões), Maurício Gomes, entre outros. Após a morte de Rolls, Sergio se tornou aluno de Rickson.

Uma história interessante aconteceu quando Malibu era faixa-roxa. Ele e Luiz Palhares fecharam a final do absoluto para a equipe Gracie, sendo ambos graduados faixa-marrom após a vitória. Na volta à academia, os dois fizeram a final em um treino de portas fechadas, uma grande luta, segundo quem assistiu. No final, faltando poucos segundos, Malibu conseguiu aplicar uma chave de braço. Palhares estava vencendo por 6 pontos e não quis bater, então Hélio Gracie, o árbitro, precisou parar a luta para evitar uma lesão grave.

Em 1984, durante um torneio local em que Sergio lutou contra Carlos Henrique “Caique” e Ricardo “Americano”, Malibu foi surpreendido ao ouvir Rickson Gracie anunciar no microfone que os três lutariam superlutas na semana seguinte como faixa-preta, sendo esta a sua graduação oficial.

Sergio Malibu também teve forte ligação com o surgimento da equipe Master, famosa nos anos 1990, que revelou grandes competidores como Alexandre Paiva, Fábio Gurgel, Leo Vieira, Rodrigo “Comprido”, entre muitos outros. Foi, inclusive, Malibu quem sugeriu ao Romero Cavalcanti o uso do logo com o jacaré, que se tornou um dos símbolos mais carismáticos da história do jiu-jitsu.

Em 2011, Sergio “Malibu” Jardim foi oficialmente graduado faixa-coral pelas mãos de Rickson Gracie.

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